terça-feira, 30 de novembro de 2010

Incoerências ideológicas

Ainda existem revolucionários contra o "imperialismo norte-americano"! Eu acho legal quando os atuais revolucionários começam a falar sobre o "imperialismo norte-americano", especialmente na internet.

Antes de mais nada eu gostaria de entender por que algumas inveções que permitem que apreciemos o mundo, do modo como ele é hoje,  vieram dos EUA, e não de países socialistas. Ah, é mesmo, é porque tudo o que era inventado nos países socialistas permanecia somente para os países socialistas... realmente, muito democrático e não-imperialista.... Alguns exemplos de coisas que fazem com que você, revolucionário anti-imperialismo-norte-americano consiga viver e que estão aqui graças ao "imperialismo norte-americano":

  • Luz elétrica: inventada por um americano.
  • Telefone: não foi inventada por um americao, mas só chegou ao Brasil por conta de americanos!
  • Geladeira: também não foi inventada por americanos, mas só chegou ao Brasil por conta de americanos!
    Comentário: Ah, mas os americanos cobraram por isso, e caro!
    Resposta: Vc acha que a tecnologia Russa era enviada pra China e pra Cuba de graça, né? Ou, se um dia vc inventar alguma coisa, vc vai sair assim, distribuindo pra todo mundo de graça?!
  • Televisão: essa história é muito interessante inclusive, pq o inventor era Russo, só que só teve a oportunidade de pôr suas idéias em prática efetivamente quando chegou nos EUA. Que coisa, não? Imagina o que teria acontecido se ele tivesse ficado na Rússia!
  • Carro: inventado por um americano. Inclusive, sugiro que os anti-americanos comprem carros russos! Pior que, inacreditavelmente ainda existem esses tipos que compram mesmo: mais lusitanos que os portugueses... com certeza.
  • Computador: façam um teste, entrem no site da Folha, peguem uma reportagem sobre a política internacional brasileira, e vejam os comentários dos revolucionários contra o "imperialismo norte-americano"! Pergunta: o que seria desses revolucionários digitais se não fossem os... americanos?
  • Internet: idem acima.
Bom, acho que dá pra ter uma base, né? O cara que vem com discurso de esquerda socialista não poderia ser mais boçal. Se não fossem o capitalismo e a economia de mercado, simplesmente não haveria estímulo para as invenções que fazem o leitor ter acesso a essas idéias ridículas e esta merda de blog. (Nesse ponto eu até concordo: o capitalismo produz mta merda tbm! hahahaha)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Foi dada a largada...

Eu tinha idéias mais arrojadas para postar no blog, mas é melhor cuidar do que está acontecendo agora para não perder o timming, se é que vocês entendem:

Dois assuntos chamam a atenção e nos dá uma noção da palhaçada que sucederá o nosso palhaço-mor:
  1. A desvalorização do dólar
  2. Impostos
Vamos falar da desvalorização do dólar:

Pra quê serve um real desvalorizado (ou um dólar valorizado)? Até onde eu entendo, e não há problema em discordarem de mim, basta me explicarem (se eu estiver incorreto), a resposta é uma só: para que o Brasil consiga exportar mais, provocando uma balança comercial superavitária.

Ou seja: 
- Se o dólar = real (ex: US$ 1,00 = R$ 1,00), tudo o que você compra aqui no Brasil teoricamente tem o mesmo valor do que vc importaria dos EUA. 

- Se o dólar > real (ex: US$ 1,00 = R$ 2,00), você precisa de dois reais para comprar um dólar americano, então, um laptop que você pagaria R$ 1.000,00 na opção anterior se transforma automaticamente em R$ 2.000,00. Da mesma forma uma tonelada de ferro que a Vale (empresa brasileira) venderia para os EUA por R$ 160,00 vai ser vendida por R$ 80,00 (esses valores não são reais). Vejam que fica mais barato pros EUA comprarem ferro no Brasil quando o dólar está valorizado.

O fato de hoje o câmbio brasileiro estar a US$ 1,00 = R$ 1,70 (maizomeno) faz com que seja interessante pros EUA comprar matérias primas brasileiras, porque o valor é mais baixo.

Ocorre que nos últimos 2 anos quem tem se desvalorizado é o dólar... e o Brasil está com mais dificuldade de exportar.
Por quê? Porque a mercadoria no Brasil não é a mais barata.
Por quê? Porque o Brasil não consegue produzir as coisas da forma mais barata.
Por quê? Porque o Brasil tem:
  • Altos tributos: não sei direito, mas os que oneram a produção de produtos para exportação são o IR, PIS, COFINS.
  • Falta de automatização (aquela coisa q a professora de geografia do primário falava pra vc tem seu fundo de verdade)
  • Mão-de-obra cara (lembrem-se que o Lula resolveu promover aumento real do salário mínimo)
Ou seja, o Brasil NUNCA vai conseguir produzir coisas de forma mais barata que a China, que tem uma carga tributária mais enxuta e uma mão-de-obra quase que escrava. O Brasil não será um país exportador NUNCA. Mas ainda assim a balaça comercial com mais dólares entrando do que saindo (balança superavitária) é importante para a saúde financeira do país. Então o que o Brasil tem que fazer pra continuar exportando? Desvalorizar o real!

#Comofaz?

Duas opções usadas:
  • O Banco Central compra dólares, diminuindo a oferta de dólares no Brasil. O raciocínio é mais ou menos o seguinte: sabe por que um diamante custa caro? Porque existe pouco diamante no mundo. Então o Banco Central compra dólares e diminui a oferta no Brasil, quando há pouco dólar, o dólar fica mais caro, ou seja, o real fica desvalorizado. Quais são os problemas aqui? Para comprar dólar, precisa de dinheiro! O Banco Central não pode sair comprando dólar a torto e a direito, porque dinheiro custa caro! O Banco Central não pode ficar cheio de dólares, porque dólar não faz nada no Brasil, e também não pode ficar sem reais, porque o Banco Central tem as contas do governo inteiro pra pagar! O outro problema é que é de curto prazo, logo logo mais dólares entram no Brasil por conta da taxa de juros e outros investimentos no país e o real volta a se valorizar.
  • O Brasil diminui o fluxo de dólares entrando no país. O raciocínio é o mesmo de cima, só que ao invés de exugar o mercado, o governo diminui a entrada, o resultado é o mesmo: menos dólares no brasil. Como é feito? Aumento da alíquota do IOF, que é o Imposto sobre Operações Financeiras. Investidores que quiserem investir no país terão que pagar uma taxa de imposto, transferências financeiras entre bancos, bancos e empresas e outras transferências serão taxadas mais agressivamente. Qual é o problema aqui? Do meu ponto de vista o problema aqui é menor, porque isso trava um pouco as operações financeiras do país, ao mesmo tempo que gera mais dinheiro pro governo. Só que, como é um imposto para as empresas e bancos, o valor da mercadoria aumenta um pouco... (é, economia é um saco, tudo impacta tudo... é uma merda)
Opção não usada:
  • Diminuir a carga tributária: diminuiria o custo do que é produzido no Brasil, então a necessidade de ter um real tão desvalorizado diminuiria. Esta seria uma solução mais razoável no longo prazo. Fora que essa solução aumenta a competitividade efetiva da indústria brasileira internacionalmente. Qual o problema? O problema é que o Bolsa Família, o programa Minha Casa Minha Vida, o aumento real do salário mínimo, e os PACs consomem uma grana gingantesca do orçamento do Governo, e por isso é muito, mas muito difícil que essa opção seja usada. Hoje temos uma possibilidade ínfima, justamente porque os partidos coligados ao PT são maioria nas duas casas do congresso... além disso, a dona Dilma já anunciou que será feita a reforma tributária, como a dona Dilma não deu prazo nenhum pra isso acontecer, é sentar e esperar.

Na última semana o Ministro Guido Mantega adotou a medida do IOF acima, para impedir a valorização do real. Essa semana os EUA injetaram mais US$ 600 bilhões na economia americana. Esse dinheiro vai pra tudo quanto é canto do mundo, inclusive o Brasil. A conta no detalhe é coisa pra economista, mas se alguns bilhões de dólares entrarem no país, a moeda brasileira vai se valorizar novamente. Adivinha o que vai acontecer? Anular a medida do ministro.

Bom, espero que com este texto seja possível perceber algumas coisas:
  • Como resolver uma questão econômica no país é complexo
  • Como uma ação do governo impacta uma montanha de coisas na economia e na vida do brasileiro
  • Como, por mais que a intenção de curto prazo seja boa, no longo prazo as coisas podem ser diferentes
  • Como hoje não são tomadas providências políticas de longo prazo, e como é difícil fazer isso
  • Como pagar mais impostos vai ser um negócio difícil. O governo depende deles e nunca na história "destepaís" se gastou tanto em obras (PACs) como está se gastando agora... vamos ver se isso vai gerar retorno...
E imaginar algumas outras coisas:
  • Se resolver essas questões é algo complexo, um dirigente, seja um ministro, seja o presidente, tem que ter no mínimo uma noção das consequências das ações que toma, pq pode por o país inteiro na merda por conta disso
  • Será que a equipe de ministros (que provavelmente, por conta dos acordos políticos, serão do PMDB) são tão capazes assim?
  • Agora que o PT finalmente tem a maioria do congresso nacional, será que ele irá tomar as ações no longo prazo?
  • Será que a nossa presidenta ex-guerrilheira tem noção de tudo isso acima? (isso pq eu só coloquei alguns conceitos básicos e genéricos)
Mas esse texto é apenas a largada... haverá muitas outras corridas nesse rally que o Brasil vai passar nos próximos 4 anos. 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Surrealismo brasileiro parte 2

Pessoal, vejam só o que anda circulando nos blogs de "jornalistas políticos" do Brasil.

Para que não haja dúvidas do que é o MEU texto e o que é o texto que eu estou reproduzindo aqui, além das aspas e fonte, colocarei o texto em itálico:

Do Portal Luis Nassif, de Rodrigo Vianna, postado por Fernando Augusto Botelho


"Acabo de voltar da Universidade de São Paulo, onde acompanhei o ato pró-Dilma no prédio da História. O enorme saguão estava lotado. Emocionante. O professor Antônio Cândido mandou mensagem pela filha Laura de Melo e Souza. Alfredo Bosi leu um discurso preciso, elegant; mas ao mesmo tempo firme em defesa da candidata petista. A última fala foi de Marilena Chauí, aplaudida de pé. A professora de filosofia trouxe – ao público de estudantes e funcionários da universidade – uma preocupação: a possibilidade de atos violentos nos últimos dias de campanha. Fez referência a boatos que já circulam na internet. Hoje, recebi de Fernando Macedo o seguinte relato.

“Sou morador de São Paulo do bairro Santa Cecília, que fica próximo a avenida São João, e ontém ouvi duas pessoas em um bar que fui nesta avenida, falando baixinho ( até certo ponto ), sobre a armação que tá sendo criada para o dia 29 de outubro. Segundo estas pessoas um número x de camisas foi mandada ser feita com a insignia do PT, a estrelinha, e muitas pessoas vão estar na passeata que FHC promove neste dia, o 29 de outubro, criando um 
badernaço sem igual e que terá grande mídia cobrindo, com estas camisas sempre aparecendo.Falavam as duas pessoas que toda a grande mídia já sabe deste fato, e que isso quer fazer as pessoas pelo JN dar cobertura, e outras mídias também, de isso fazer o voto mudar, por sentimentalismo das imagens demonstradas, como eles falavvam, de total vandalismo no centro de São Paulo, por parte de petistas. Serão apresentadas muitas pessoas 
ensanguentadas. Escrevi para o Blog do Altamiro Borges, e estou escrevendo para quem pode fazer alguma coisa, no sentido de nos reunirmos e fazermos uma vigilia pública em local também público de São Paulo, por que o PSDB vai querer colocar fogo nas eleições, desacreditando a Dilma.Desacreditando no PT. E preciso que alguém me ajude nisso. Temos que colocar um local no centro de São Paulo, permanentemente visivel para todos, para que possamos fazer o que precisa ser feito, nesta reta final de eleições. escrevi para o Altamiro
Borges no sentido do mesmo fazer um novo encontro pela liberdade de expressão, e em local público para que isso possa ser contido. Não podemos dar bobeira alguma. Eu ouvi estas pessoas conversando no bar e fiquei bastante preocupado, por causa de como elas tratavam disso, e pareciam saber demais para não ser verdade o que falavam.

Meu cel é: (11) 8606 XXXX

Me chamo Fernando e estou a disposição.

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Teoria conspiratória? Pode até ser…

Liguei para o Fernando agora há pouco. Ele existe, disse que é comerciante na região central de São Paulo. Explicou que os dois homens no bar tinham entre 35 e 40 anos – mais altos do que a média dos brasileiros. Um deles usava blazer e o outro usava jeans e camiseta. É uma história que merece ser checada: um leitor escreve – dá detalhes, número do telefone. Uma professora da USP fala do mesmo assunto num ato com quase 2 mil pessoas.

Não estou dizendo que isso possa ou não acontecer. Mas diante do clima esquisito (pra dizer o mínimo) nessa reta final, acho que não podemos descartar nada."


Agora vamos às observações:

Antes de mais nada, peço ao leitor que escolha um trecho do texto acima e coloque no Google. Vocês verão que o texto sai reproduzido na íntegra, sim íntegra em vários blogs de "jornalistas políticos". Por que eu faço questão de que a expressão "na íntegra" apareça: porque todos esses "jornalistas" (e já explico porque coloco a palavra jornalistas entre aspas também) reproduzem o texto como vocês vêem acima, como se fossem texto escrito por eles, ou reproduzido como se fosse de um outro autor.
  1. A grande verdade é que nenhum desses "jornalistas" se deu ao trabalho de ir atrás de quem foi o autor desse texto, e checar realmente se a informação é verdadeira. No texto há a explicação de que o autor supostamente ligou para o tal Fernando, mas e daí?! Como ter certeza? Agora, dá pra acreditar que um jornalista profissional coloque um texto desses, na íntegra, sem sequer verificar a fonte? Sem sequer ir atrás da informação? Ou esse jornalista é um profissional que não obedece o juramento que fez quando recebeu o diploma, ou não tem diploma. Agora, se ele não obedece o juramento que fez, o título deveria ser cassado. Não é verdade? Se um médico não segue o código de ética profissional de médico, ele perde o CRM, e perde o direito de trabalhar em sua profissão. Se um engenheiro constrói um prédio sem levar em consideração o código profissional de engenheiro e o prédio cai, ele perde o CREA, e não pode assinar mais uma construção! Por que isso não acontece com jornalista? Jornalista que não tem preocupação com a verdade não pode ser chamado de jornalista... no máximo coloco "jornalista" entre aspas, porque profissional esses sujeitos não são. Acho que eu, que sou um mero administrador estou mais jornalista que eles... pelo menos ando preocupado com a verdade. E acho que o povo deveria se preocupar também.
  2. O texto: O sujeito que escreveu o texto fez uma introdução, abriu aspas pra falar sobre a denúncia do tal Fernando e não fechou aspas.... que coisa conveniente, não? Não dá pra saber onde começa e onde termina o que ele copiou. Não dá pra saber o que é do Fernando, o que é do autor, o que é de quem repassou a informação. É um texto horrível, que não dá pra entender quem disse o que... é ridículo! Como alguém lê uma coisa dessas, acredita e reproduz?! Denovo... os nossos queridos "jornalistas políticos". Pergunto novamente: dá pra acreditar nesses "jornalistas políticos"?
  3. Da forma como é reproduzido o texto, copiado e re-copiado, o povo que lê acredita que foi o jornalista que escreveu... (!) e acredita! Se você entrar nesses blogs, vai ver o pessoal comentando: "Puxa vida... o PSDB está armando para cima do PT!" Gente! Ninguém percebeu a armação?! Foi só eu?!
  4. Uma professora da USP supostamente fala do mesmo assunto? Ela não pode inventar nada só pq é professora da USP? Além disso, essa professora da USP, todos conhecemos, é a dona Marilena Chauí, que é uma louca desvairada, retrógrada, que acredita em socialismo! Socialismo está morto, e se não está, vai morrer, com Fidel, com Kim Jon Il... todos sabemos que o socialismo não se sustenta... e a maluca ainda quer o socialismo!
  5. Agora vamos mudar um pouco e abrir mais a cabeça: por que o PSDB faria isso? Nunca vi PSDB fazendo baderna. Já vi o PT fazendo baderna, mas nunca o PSDB. Já vi o PT fazendo passeada, apoiando MST (que muitas vezes é violento), já vi PT envolvido com vários escândalos relacionados a reuniões a céu aberto, mas nunca vi o PSDB.
  6. Por que o PSDB faria uma baderna e poria a culpa no PT? "Serão apresentadas muitas pessoas ensanguentadas". Era só o que faltava: o PSDB machucar gente do próprio PSDB para pôr a culpa no PT! O que esse povo quer mostrar com isso?! Imagina, vc é do Corinthians, vc vai lá e espanca um cara do próprio time para pôr a culpa na torcida do São Paulo.... ora façam-me o favor! Nem em jogo de futebol, onde o sangue é mais quente, acontece isso!
  7. Vamos pensar nas conseqüências disso:
    1. As pessoas ensanguentadas serão interrogadas, e dirão que apanharam do PT
    2. As pessoas do PT serão interrogadas e dirão o que?! Que são do PSDB?! Que são do PT?!
    3. Será que a polícia não vai investigar isso!? E se investigar e descobrir q na verdade foi uma armação do PT?! O PT vai querer desmentir uma investigação policial?! Hum... eu já vi isso antes, não vi?! O Mensalão por exemplo... ahh é!!! Isso é prática do PT e não do PSDB! Mais uma prova contra o PT.
    4. Lembram-se do caso do sequestro do Abílio Diniz? Que o Lula corria para a presidência e um sequestrador foi preso vestindo uma camiseta do PT às vésperas de uma eleição? O PT disse que foi conspiração! No final das contas foi provada a ligação do bandido com várias pessoas do PT pela POLÍCIA! E o PT desmente até hoje!... novamente: é uma prática petista, e não PSDBista.
  8. Bom, se depois de todos esses argumentos você está indignado, ótimo. Se você está em dúvida, recomendo que leia este texto http://somesentido.blogspot.com/2010/10/o-dispositivo-luminoso.html de um blog que eu respeito muito: Somesentido. Olhem o texto e pensem: vocês estão vendo alguma semelhança com o dispositivo luminoso e esse texto veiculado pelos "jornalistas políticos" internet afora?
  9. E finalmente, se você, depois de todos esses argumentos, ainda acredita que o PT é o futuro do país, parabéns. Você pode ir para o dia 31/10 agora e votar 13 e foder com o país inteiro. Mas lembre-se, não é por ser vitorioso que você deixará de ser ignorante!
Ps: Lembrem-se do texto anterior: vocês não estão vendo um cachimbo, tá?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Surrealismo Brasileiro

Sabia que a descoberta da arte resultaria em alguma coisa mais interessante.

Do nada descobri uma nova forma de mostrar que: ou o povo brasileiro é muito sugestionável e está realmente metendo os pés pelas mãos politicamente (pra não dizer que o povo brasileiro é cego e não enxerga o tamanho do cachimbo diante dos narizes deles) ou o Lula e o PT são realmente artistas do surrealismo e nós estamos acreditando que o que vemos não é um cachimbo....


Peraí, cachimbo?! É, tenham um pouco de paciência e acompanhem o raciocínio:

Hoje estava discutindo uma questão no trabalho de como é difícil pro cliente às vezes enxergar o real benefício de uma estratégia para uma empresa. Estratégia muitas vezes é algo intangível, é difícil mesmo, a estratégia dificilmente consegue ser quantificada numericamente para dar total segurança aos estrategistas (leia-se conselho de administração e presidência das empresas) de que haverá retorno financeiro sobre os investimentos provocados pelas iniciativas estratégicas. A pergunta era: como fazer as pessoas enxergarem as diferenças, as nuances? Às vezes os clientes olham o resultado de um planejamento estratégico e surgem iniciativas do tipo: mapear e otimizar os processos da operação de vendas. Aí o conselheiro ou presidente da empresa diz: Porra, mas isso eu já sabia! E aí é que ele se engana, porque ele não sabia! Ele sabia um monte de pequenas partes do problema, e nunca tinha tido uma visão do todo pra enxergar a real necessidade de se mapear e otimizar os processos da operação de vendas, tanto que, se ele sabia, por que nunca tomou a iniciativa? É que quando o quadro geral, visão do todo, "helicopter view" (como quiserem chamar) é apresentado, a pessoa acha que já sabia de tudo!

O que me fez pensar em gestalt. O que é gestalt?! É uma teoria de psicologia:

"Segundo a Gestalt o cérebro é um sistema dinâmico no qual se produz uma interacção entre os elementos, em determinado momento, através de princípios de organização perceptual como: proximidade, continuidade, semelhança, segregação, preenchimento, unidade, simplicidade e figura/fundo. Sendo assim o cérebro tem princípios operacionais próprios, com tendências auto-organizacionais dos estímulos recebidos pelos sentidos."
Fonte: Wikipédia (sei q a fonte não é de todo confiável, mas resume bem o significado)


A gestalt produz um efeito chamado fechamento, que faz com que o cérebro tente adivinhar, organizar, encaixar, continuar, etc, coisas que ele acha que estão incompletas por conta da experiência sensorial anterior. Vejam só alguns exemplos famosos:


Rostos ou cálice?
Moça ou velha?
Ok. Um exemplo menos óbvio:


Essa vou deixar pra vcs
E para mostrar como o fechamento é algo forte no nosso cérebro, é possível demonstrar que às vezes gera um desconforto muito grande quando alguma coisa não cumpre com a "lógica de fechamento" do cérebro. Podemos ficar dias olhando esta próxima figura e mesmo depois de dias esta figura produzirá estranhamento:
Fazendo apenas uma ligação com a arte: existem artistas especializados em gerar esses dilemas "gestaltianos"


Seguindo, pensando um pouco, e extrapolando o raciocínio, eu comecei a perceber que não são só presidentes e conselheiros de empresa que sofrem desse problema. Pensem num jogo de futebol, de longe o assunto mais falado no Brasil (eu admito que não entendo nada de futebol, e realmente não entendo nada de muita coisa), em um lance duvidoso: foi falta ou não foi falta? Gestalt explica parcialmente: por "fechamento" um torcedor do time que supostamente sofreu a falta pode enxergar falta, assim como por "fechamento" um torcedor do time que supostamente causou a falta pode não enxergar nada. E aí? Como resolver a situação? Por que embora a regra seja clara, não existe manual de interpretação pro juiz... Nem é preciso dizer que a discussão será eterna, mas a vida é assim, cheia de discussões eternas.


Enquanto a gestalt gerar discussões acerca de dúvidas eternas tudo bem, afinal, temos que questionar as coisas, e vez por outra somos traídos pelo nosso cérebro. Quantas vezes fomos "roubados" por um juiz cujo "fechamento" sobre um lance não foi a nosso favor?! É aquela história: faz parte do jogo... e tudo fica por isso mesmo.


Agora vou precisar contar com uma ginástica mental de todos, mas com um pequeno esforço chegaremos lá. E se extrapolarmos o fechamento ou ignorarmos a própria realidade? E se substituirmos mentalmente imagens e sentidos por outras imagens e outros sentidos? Aí temos um evento artístico chamado surrealismo! Olha que massa! Um artista que também é muito famoso e que eu andei vendo chama René Magritte, um surrealista.


Vejam só, tentarei colocar em um crescendo (sob o meu julgamento) o nível de piração surreal de alguns quadros do cara:




Pois bem, até aqui temos: um rosto escondido por uma maçã; um rosto transformado em um corpo e um corpo transformado em uma gaiola de passarinho. Dá pra ter uma noção da viagem do cara, né? Mas... até onde podemos seguir com isso?




Talvez esse seja um dos quadros mais famosos dele. O surreal aponta para um lado que não vemos, um lado que nos permite imaginar, que nos permite sair das amarras "gestaltianas" até o ponto de dizer que isso que você vê aí em cima não é um cachimbo! Mas... o que mais ele poderia ser?! Não existe mensagem subliminar nessa imagem, ela é sim um cachimbo, só que o artista afirma: não é um cachimbo! Em quem você acredita? No que vê ou no que o artista diz? Mas... se não é um cachimbo é o que?! Aproveitando o francês da figura: é do grandissíssimo caráleo esse negócio de surrealismo!


E até aí tudo bem! Sejamos um pouco mais surreais nas nossas vidas e permitamos que nossa mente se desapegue das peças que nossos sentidos nos pregam! Mas e quando você junta um ingrediente a mais na gestalt e ao surrealismo: a malandragem brasileira, o jeitinho brasileiro?


A malandragem brasileira é conhecida pelo jeitinho de encontrar brechas, fazer as coisas andarem num país que é complicado. Em si, é uma forma de arte dos nativos deste país, que, de tanto tomarem porrada aprendem a dar um jeito para continuar com a vida, para se darem bem em alguma coisa... Parece que esse jeitinho, essa "ginga" era boa e todo mundo aceitava, porque a maioria da população sofria com leis com vários furos, complexas, então era preciso se virar pra comer, pra trabalhar, pra não tomar multa do policial que estava abusando do poder, etc.  Afinal, usar de pontos duvidosos sobre qualquer coisa e dar um "empurrãozinho" na gestalt de uma outra pessoa pra mostrar que ela estava errada, levar o guarda na conversa pra não tomar uma multa por conta da burrice do sistema... até aí é aceito, não é? (Deixo bem claro que é até aceito, só que não deveria ser, afinal, são atitudes ilegais... e deveriam ser punidas, se uma lei está errada, que seja feita e se vote outra!)


O que acontece é que, se você exagerar na dose, vc não está tentando mudar o ponto de vista de uma pessoa "gestaltianamente", vc está tentando fazer uma mudança na realidade! Parece que de um tempo pra cá esse jeitinho brasileiro foi sendo distorcida e se aproximando cada vez mais do surrealismo! 


Hoje um brasileiro, como já aconteceu comigo, é capaz de parar no meio da rua o carro, em lugar ilegal, e quando você buzina o cara te xinga! Isso é o que?! Gestalt (eu que não to enxergando direito?!), isso é jeitinho brasileiro (o cara tá tentando fazer uma coisa importantíssima pra ele, mas que a lei não ajuda?) ou é surrealismo (o cara sabe que tá errado e dizendo: vá se foder! Isto não é errado!)?!


Daí eu concluo que o jeitinho brasileiro está virando um surrealismo brasileiro, porque nunca antes na história destepaís se viu tanta palhaçada e jogo sujo na política, na polícia, na atitude das pessoas... e até nas empresas! O cara olha pro planejamento estratégico e diz: porra, isso eu já sabia! 


Então vamos às ilustrações do nosso surrealismo brasileiro:




Isto não é uma roubalheira deslavada


Senhores, podem criticar à vontade. Siceramente, espero ter ofendido bastante gente.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A grande descoberta: Arte.

Hoje eu entendi pq eu tenho uma certa aversão a coisas pop demais e/ou coisas artísticas demais.

O mundo da arte é um mundo esquisito, no meu ponto de vista, desde o modernismo. (entendam que eu não estou criticando o modernismo, ele abriu as portas para muita coisa artisticamente interessante acontecer, mas muita coisa ruim derivou dele... é disso que eu to falando) 

Até então os movimentos artísticos se davam em ondas que levavam anos, eventualmente séculos para se formar, se consolidar e evoluir para um novo movimento artístico. Passagens do barroco para o arcadismo, e depois para o romantismo demoraram mais de dois séculos para se concretizarem, e isso provavelmente foi dependente de uma série de fatores: a imprensa mal tinha surgido, meios de transporte, sociedade com valores mais rígidos, etc. Além disso, nessa época a população não era tão alfabetizada quanto é hoje, um artista deveria ser reconhecido apenas por quem entendesse do que ele estava "falando", mas isso não era fácil, já que haviam padrões artísticos mais rígidos. Por exemplo: poemas eram dotados de rimas, dodecassílabos heróicos (com a sexta e a décima segunda sílabas poéticas tônicas). Se você tentar, vai ver que é realmente um desafio escrever um poema desse nível. Assim como  Bach, mesmo ao criar a música mais simples: um minueto (que se trata de uma dança de salão), utilizava várias vozes cuja complexidade harmônica e melódica atingiam proporções razoáveis! Não vou dar exemplo de artes plásticas porque eu não manjo quase nada, mas pode acreditar que existem. 

Ou seja, antes do modernismo era complicado ser artista (tudo bem ainda hoje é complicado ser artista, mas eu acho que naquela época era mais! Essa discussão vou ter que deixar pro próximo post.), a coisa era fechada, você precisava seguir alguns padrões para entrar na brincadeira, uma vez dentro, você precisaria se destacar dentro desses padrões, e, finalmente, se você tivesse um passado relevante realizando trabalhos dentro de um padrão, você poderia experimentar novas versões ou mudanças estilísticas que, dali há muito tempo poderiam gerar um movimento artístico novo. Uma outra característica é que a arte refletia a sociedade. Não era usada como instrumento de ruptura, era usada como instrumento de descrição, quando muito crítica, porém, na maioria das vezes descrição da realidade sócio-cultural da época.

Até que surge o modernismo. O modernismo foi um movimento completo, que abrange mais do que mudanças culturais da época, é muito mais profundo e complexo do que eu imagino que seja (na verdade quero tomar o cuidado de não falar besteira porque eu sei que tem um monte de detalhes, não foi uma coisa única, não foi um movimento coordenado, mas a junção de vários movimentos isolados, etc. Entendo isso, mas houve uma transição, e essa transição se tornou caótica, como tento explicar daqui pra frente.), mas pra mim é se resume grosseiramente no seguinte: sofre influência clara do marxismo, que prega a revolução, e até hoje a maioria dos artistas são esquerdistas... por que será, né?! Então o modernismo é o movimento artístico revolucionário por si só: quebra das "regras" que eu estou chamando de padrões artísticos como as rimas ou a métrica em um poema, como a melodia ou a harmonia em uma música, como padrões estéticos nas artes plásticas, como linhas de diálogos nas artes cênicas, e assim por diante. O que realmente, sob um ponto de vista é muito bom, afinal, deixa o artista mais livre para usar a base para sua arte: a criatividade (volto aqui depois). Além disso o modernismo tenta popularizar a arte, torná-la mais simples para que todas as classes sociais possam apreciá-la (olha a beleza do marxismo fazendo efeito novamente), tanto que da linguagem culta, passamos para a linguagem um pouco mais coloquial na literatura. Tanto que de quadros com sombra de sombra e cores imitando a perfeição passamos para quadros simples na forma, no desenho, no acabamento, etc.

Mas acho que a idéia do modernismo, embora interessante, deu um tiro no pé do que é arte! Hoje, voltando ao tema de ser artista, pode não ser a coisa mais fácil do mundo ser artista. Mas vocês consideram a eguinha pocotó coisa de artista?! Pois é, tem um sucesso do caraleo! Vocês consideram cantores de axé music artistas?! Terreno difícil esse, né? Não é possível dizer que a Ivete Sangalo ou que a Claudinha Leitte não entendam de música.... elas têm ouvido absoluto e se cercaram de profissionais formados em música. (as bandas de ambas são muito boas) E sertanejo?! E aqueles desenhistas que espõem seus quadros na feirinha do MASP no domingo?! E esse monte de poetas que publicam livros e mais livros cujos poemas são meia dúzia de palavras escolhidas aleatoriamente colocadas na vertical?! Hoje arte pode ser qualquer coisa... e aí, em vez de valorizar o trabalho dos artistas que estudaram arte, que desenvolveram suas técnicas, que aprenderam história, souberam contextualizar seus trabalhos e até por meio dos seus trabalhos questionaram, incomodaram e revolucionaram, hoje esses artistas disputam espaço com aquele monte de mané que nunca estudou nada, não tá nem aí com porra nenhuma, pintou o cabelo de amarelo, montou uma banda de pagode, pôs nome de samba, e vendeu milhões de discos com o aval do Faustão e da Rede Globo!!!! 

Hoje, qualquer retardado que queira inventar poesia, tem liberdade para escrever meia dúzia de rimas sem singificado nenhum e chamar aquilo de poesia! Hoje, qualquer esperto que tenha uma tela, pode escolher meia dúzia de formas geométricas, empilhar de forma esquisita e chamar isso de arte abstrata.

Ah, mas os artistas verdadeiros acabam se sobressaindo. Não necessariamente. A revolução alcançada pelo modernismo foi tamanha, que antes, quem era ignorante (no sentido de não saber as coisas) se via obrigado a estudar para compreender o que era arte. Hoje tudo é arte! Então quem é ignorante acha bonito ser ignorante! É moderno! É revolucionário!.... é ridículo! E viva a mediocridade! Porque antes, o que servia de  inspiração agora é sinônimo de arrogância! Sério, tem gente que faz um curso de férias, cria uma gororoba de barro e tenta vender por 100 reais. Pior: tem idiota que compra! Mas, compramos de tudo, né? Compramos Zé do Caixão... que agora virou Cult. Compramos Paulo Coelho (que, não dá pra acreditar, que é considerado literário... queria saber o animal que bebeu Bardhal e disse uma coisa dessas)... até o funk! Depois disso, não precisa falar mais nada, né. Agora tá mais claro pq eu odeio Pop. É bonitinho, é razinho, é fraquinho, mas é arte! Pior: é arte POP (não confundam com Pop Art do Andy Warhol)! Argh... vontade de vomitar.

E mais ridículo que isso são aqueles do outro lado que leram meia dúzia de livros considerados literários, viram meia dúzia de quadros e assistiram meia dúzia de filmes e saem de peito estufado falando difícil sobre a obra cinematográfica de um diretorzinho B porque o cara teve uma visão que mesclava Tarantino com Alfred Hitchcock (sabê lá eu como se escreve essa porra de nome). Nesse caso, viva a ignorância alheia, porque em vez de explicarem, se fecham em clubes cada vez mais pseudo-intelectualóides como se fossem intocáveis pelo resto do universo. Aí nego inventa musiquinhas indaudíveis, usando instrumentos feitos da unha do tigre branco do tibete, enfia junto com uma orquestra e meia dúzia de guitarras de heavy metal e se chama de gênio incompreendido... Aquela história de ruptura virou moda, então, quanto mais maluco, mais legal, maus cult, mais arte é... Pra mim, mais lixo é. Aí temos arte dos rabiscos, arte dos pontinhos, arte da música estridente, arte do filme sem começo-meio-fim, e de repente, tudo que é diferente é cult.... só por ser diferente! Ridículo! Daí que eu odeio esse negócio artístico demais: é pedante, incompreensível, muitas vezes é feio e o custo-benefício quase sempre não vale a pena.

E o artista?! Bom, esse fica pra próxima.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pobre de mim que não tenho tribo!

Aqui em São Paulo parece que as pessoas vivem ondas tribais. É um evento sociologicamente muito interessante: quando cheguei em Sampa, há uns 12 anos, existiam os playboys e os manos. A coisa era engraçada porque os playboys se vestiam com camisas polo Rauph Lauren e os manos com calças largas estilo skatistas. Os playboys ouviam o techno e os manos ouviam hardcore... e assim por diante. Conforme o tempo foi passando fui aprendendo mais sobre a cidade e descobri que a cidade tem várias facetas, e é de uma biodiversidade, como eu costumo dizer, fantástica: hoje se encontram na cidade: emos, pattys, playboys, boys da mooca, surfistas, galera do MPB, galera do samba rock, pagodeiro, skinheads, punks, esportistas, e um monte de outras coisas.

Como eu disse aqui, odeio o que é pop, e o pessoal mais pop são os playboys. Então tenho uma certa birra deles porque rola uma coisa meio vazia, um modismo idiota: antes os playboys gostavam de baladas-padrão. Todo mundo vestido de Polo Ralph Lauren da cabeça aos pés, depois veio a moda do axé, e aí todos os playboys do mundo viraram micareteiros, e agora a moda é sertanejo, e todos os playboys adoram o que mais odiavam há 10 anos atrás! E isso vai passar, e eles vão passar a odiar outras coisas. Quando você perguntava pra algum playboy se gostava de axé ele dizia: isso é coisa de baiano! Aí, no auge do axé, vc perguntava por que o axé? Ele dizia: é a energia do lugar! É tudo maravilhoso! As pessoas felizes! A balada! Juro que nem me pus a perguntar sobre o sertanejo... pq realmente não estou afim de ouvir a justificativa. E é assim: gosta de uma coisa, passa a odiar a outra, depois gosta de outra e passa a odiar outra... é um movimento de massa ridículo. O meu problema com isso é que isso vira um padrão de comportamento: não sei como classificar aquele povo que veste camisa polo com faixas horizontais a la time de rugby, mas outro dia fui no Ásia 70 acompanhar um camarada, TODOS os homens da balada estavam usando o mesmo padrão! É uniforme?! É novela?! Se for novela mesmo jajá vem a moda de todo mundo andar de cadeira de rodas, né... ou eu estou muito desatualizado?

Esse padrão de comportamento mexe com a cabeça das pessoas. Parece que para quem vive a realidade de uma tribo, acaba aderindo tanto ao comportamento que vira escravo do comportamento daquela tribo. O pessoal do rock´n´roll bebe pra caramba e não faz esportes. O pessoal dos esportes acorda cedo e vive uma vida extremamente natural. O pessoal do eletrônico não vai de jeito nenhum numa balada rock, o pessoal q frequenta a Augusta odeia a Vila Madalena e vice-versa. Tudo bem, gostos diferentes comportamentos diferentes. Mas por que eu não posso gostar das 2 coisas?!

E aí vem a parte pessoal da história:
Eu adoro esportes, adoro beber, adoro bares sofisticados e adoro botecões pé-sujo. Adoro vinho, mas tomo cerveja e pinga. Adoro rock, e ouço eletrônico tanto quanto. Não me importo de ouvir MPB, gosto de jazz e chorinho. Por que as pessoas são tão taxativas e restritivas para algumas coisas? Pior, por que são taxativas para algumas coisas que nem experimentaram?! É interessante e muita gente com certeza vai dizer: porra, mas vc é preconceituoso pra caraleo! Olha só teu blog! Sim, eu tenho meus pré-conceitos, mas eu sou totalmente à favor da experimentação. Acho que não preciso me justificar mais do que isso. Se não gosto de alguma coisa, vai ser muito difícil me convencer a gostar dela... muito menos por modismo! Sabe o que acontece? (pobre de mim! kkk) Eu não encontro uma pessoa eclética nessa cidade! Eu encontro várias pattys que não pisam no bar do Leo ou num boteco da Augusta! Eu encontro moças maravilhosas numa balada eletrônica que nunca pisariam num show do RockStock no Café Piu Piu... Eu estou desistindo de procurar alguma parceira de corrida aos sábados de manhã que tope tomar cerveja até tarde na sexta-feira à noite!

Isso me faz pensar se essas pessoas que vivem assim o fazem porque foi uma escolha consciente do que acreditavam que gostavam mais ou se é porque elas vivem com um grupo de pessoas que não faz outra coisa a não ser aquilo que sempre fizeram, então elas não conseguem olhar nada por outro ângulo. Entenderam? hehehehe O ponto é: estamos conscientes do que realmente gostamos ou estamos deixando nos levar por imagens, movimentos de manada incorporados pelo grupo em que participamos? Precisamos ser escravos de comportamentos pré-determinados pela imagem que queremos passar? Claro que eu não sou isento disso! Às vezes me pego falando uma dessas besteiras que eu mesmo odeio ouvir. Felizmente meus amigos me mostram que eu to sendo um puta de um babaca quando eu faço isso... e sim, fico com vergonha. Mas po, vamos viver a diversidade e experimentar os nossos próprios gostos!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Temaless

Conversas filosóficas fazem falta na minha vida. Faz tempo que estou esperando por uma que seja excitante o suficiente para trazer um novo tópico para o blog, mas parece que a vida anda meio efêmera, sem mesas de bar suficientes e horas de sono insuficientes que justifiquem um embate filosófico motivante...

Na verdade fico pensando se as pessoas se preocupam com esse tipo de coisa. Eu vejo as pessoas conversando e parece que tá tudo bem! Parece que elas vão passar as vidas delas felizes com cada coisa que fizeram... e parece que fizeram tudo sem questionar nada, ou questionar muito pouco. De duas uma: ou as pessoas têm uma convicção enorme do significado particular que a vida tem para elas, ou elas nem sequer perceberam o tanto que a vida é um negócio importante.

Com certeza o mais mal resolvido sou eu! hehe Com certeza sou eu que fica analisando qualquer fato diferente que acontece na vida e que se questiona sobre um monte de coisas que, muitas vezes realmente não faz muito sentido que sejam questionadas.

A coisa é mais feia do que parece pra mim, porque, para qualquer questão dessas surgem 3 alternativas padrão:

1 - As coisas são assim mesmo, é esse o curso da vida e do universo, não se preocupe, tudo vai se justificar um dia e o fato de vc se esforçar mentalmente não vai resultar em nada.
2 - As coisas são igual sua mente manda que elas sejam, então, pra vc vai fazer uma baita diferença. Você vai sim se sentir super satisfeito de desvendar um mistério ou encontrar uma lógica ou um padrão que justifique qualquer coisa no mundo. Mas vai morrer com esse segredo.
3 - Você está certo. O fato de vc pensar nisso e tentar, de alguma forma, ainda que seja por meio de um blog pouco visitado fazer a diferença fazendo quem quer que seja ler a sua racionalização.

O grande problema é que eu tenho 2 opiniões que são um desestímulo e 1 que é um estímulo. Acho legal descobrir as coisas para satisfazer meu maldito senso de importância que meu ego me impulsiona a fazer, mas seria muito mais legal mudar de alguma forma pessoas com quem convivo ou o mundo! (Momento Pink e Cérebro).

Não quero me alongar nesse texto de filosofia barata. Mas deixo uma pergunta simples: Essas 3 alternativas fazem sentido? Ou estou perdendo alguma coisa? Se elas fazem sentido, vale a pena se questionar? E se vale a pena se questionar?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A arte de se desculpar

Uma coisa que tem me incomodado é que as pessoas não pedem desculpas mais. Não entendo se é pura falta de educação, orgulho próprio, se é medo, se é por pensarem que você continuará sendo o babaca afetado pela filhadaputice que a pessoa fez, e portanto, desculpas não faria a menor diferença... enfim, não se pede desculpas mais!

Situação 1: Coisa mais besta do mundo: fila do supermercado para pesar as frutas. Você vai se aproximando quando de repente uma mulher que você percebe que é visivelmente mãe de família entra correndo na sua frente e joga as verduras dela na balança.
 _ Calma moça, eu só ia pesar estas laranjas.
 _ É, mas eu cheguei primeiro!
 _ Não, a senhora pulou na minha frente, mas tudo bem... parece que 30 segundos vai ser o fim-do-mundo mesmo...
Aí a mulher olha com cara de 'tô pouco me fodendo' pega as coisas dela e sai apressada. O cara que tava pesando impávido, como se aquilo acontecesse o tempo todo!

Situação 2: Procura de mesas para almoçar no shopping. Como todos estavam fazendo, deixamos o nosso crachá para reservar os lugares e saímos para comprar nossos pratos. De repente eu olho e vejo um pessoal sentado na nossa mesa. Aí vou lá falar com o pessoal e chego educado:
 _ Cara, essa mesa nós estávamos deixando reservadas pra gente.
 _ É, mas quem tá sentado aqui agora sou eu, e vaza que eu não tô com paciência...
Dispensa comentários.

Situação 3: Estou chegando em casa de carro umas 19 horas e minha rua não permite estacionar até as 21 horas. O carro que estava imediatamente à minha frente entrou na guia rebaixada da minha garagem, mas não entrou na garagem, ficou parado no meio da calçada. Aí o sujeito desceu do carro calmamente, abriu o porta-malas, pegou uma mala, levou até a guarita do prédio, conversou com o porteiro... tudo isso em mais ou menos uns 5 minutos, sem pressa nenhuma! Isso no meio da hora do rush, e eu atrapalhando o trânsito inteiro atrás de mim porque o belezão resolveu usar a entrada da minha garagem como estacionamento! Quando ele tava saindo eu gritei:
_PORRA! TU É FOLGADO PRA CARALEO HEIN?!
Ele falou qualquer coisa me desafiando!

Bom, não preciso dar mais exemplos, mas vê se pode! Em todos os casos as pessoas sabiam que estavam fazendo coisas erradas! Elas sabiam que iriam atrapalhar alguém, que iam fugir das regras básicas de educação... é, eu posso estar errado, porque o jeito que eu fui educado pode ter sido totalmente diferente do jeito dessas pessoas, né... eu posso ter sido educado para ajudar as pessoas... e essas pessoas podem ter sido educadas simplesmente para fazer o melhor para elas só. Se for assim tudo bem, afinal de contas, ignorância é uma bênção protegida até pela Igreja Católica! Segundo a Igreja Católica quem peca sem saber que está pecando vai pro céu!

O meu nível de indignação aumenta não porque essas pessoas fizeram o que fizeram. Aumenta porque fizeram deliberadamente sem nada que justificasse! E pior: ainda, sabendo que fizeram coisa errada, e sabendo que incomodaram alguém e ainda retrucar mal educadamente! Como se quem estivesse errado fosse a pessoa 'agredida'! Será que a mensagem é assim: "você que é um babaca e tenta fazer as coisas certas! Por que não faz nada errado?! Faça errado aí vai ser igual todo mundo! Aqui é o mundo dos 'leva vantagem'!!!

(Porque uma coisa é fazer uma coisa errada e não incomodar ninguém... pra mim tudo bem, o problema é seu... eu acho... vai saber... tem aquela história de efeito borboleta, né? Que eu particularmente acho uma puta babaquice, se fosse assim precisaríamos de uma prisão de Foucault, big brother do George Orwell ou coisa parecida pra fiscalizar todo mundo em tempo integral...)

Mas o que me deixa mais indignado é saber que essas pessoas são férteis! Juro: um filho de uma boa mamãe desses aí é plenamente capaz de procriar! O desgraçado vai ter pequerruchos delinquentes educados a fazer o que?! Imagina só!!!! Meus filhos, que receberão uma educação parecida com a minha vão ser obrigados a viver no mesmo mundo, na mesma sociedade que esse tipo de gente! E se quiserem, podem me chamar de racista, de panelista, de louco, do que quiserem, mas depois me perguntam por que eu não acredito na educação brasileira, pra mim a resposta está aí! E mais: se eu pudesse segregar esse povo, eu segregaria, com o maior prazer! Olha a ótima contribuição para a vida em sociedade que eles estão dando.

A conta é muito simples: o homem é um ser social, e como tal, deve saber viver em sociedade, senão ele não sobrevive, não evolui, definha, morre, não procria, e se não procria, não contribui biologicamente para o futuro da humanidade. Enfim, um animal desses sabe viver em sociedade? O cara que não tem condições de viver em sociedade, por mim pode ser dispensado dela. Até professores fazem isso: se está atrapalhando os coleguinhas a assistirem a aula, botam pra fora da classe.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Religião - Final (UFA!)

Um detalhe que não foi apresentado, mas que acompanhou todo esse processo, é que as regras sociais conviveram lado a lado com regras religiosas, e, assim como o poder, se confundiram. Olho por olho, dente por dente. Será que Deus era contra esse tipo de atitude? E se fosse? Será que as pessoas conseguiriam separar o momento em que estavam fazendo algo por Deus e o momento que estavam fazendo algo porque é socialmente aceito?

Os códigos de leis existem desde 3.000 Ac, e neles existem aspectos derivados de crenças religiosas, inclusive as leis instituíam impostos para a manutenção de templos! Ou seja, já nesta época a religião se confundia com o Estado. Imaginem que, entre 20.000 Ac e 3.000 Ac, tudo bem que se passaram 17.000 anos, o que é um baita tempo, comparado com nossos míseros 200 - 250 anos após o iluminismo, onde o ser humano passa a acreditar que pode fazer do mundo um mundo melhor, independentemente das religiões seguidas. 

(Na verdade o iluminismo veio para quebrar a chamada idade das trevas, em que a Europa foi tão fortemente dominada pela igreja católica, que avanços tecnológicos eram permitidos somente pelo consentimento de Deus e uma bela propina para os padres, bispos e igreja católica.)

E aproveitando o ensejo, é este o ponto que eu gostaria de tocar: como pudemos permitir que algo que era para nos trazer respostas, com o tempo passa para nos orientar a viver em sociedade e com o tempo passa a controlar os avanços tecnológicos da humanidade? De repente o que era uma crença vira uma verdade absoluta controlada por padres e bispos inescrupulosos (estou falando aqui da idade média), que cobravam para fazer qualquer intervenção divina, que tolhiam qualquer fonte de diversão e prazer humano, que, na época da inquisição caçaram e mataram milhares de pessoas sob o pretexto da heresia!

Com o passar do tempo, esse estado de repressão religiosa começa a ser questionado, e paulatinamente a igreja Católica começa a sofrer revezes: ocorre, no século XVI a reforma protestante, e mais tarde, no final do século XVII acontece o iluminismo. Legal, melhorou, pudemos finalmente fazer a revolução industrial
demos grandes saltos tecnológicos, pudemos ver que a ciência não necessariamente se opõe a Deus e que a sociedade de direito pode viver separadamente das leis religiosas. Mas hoje ainda confundimos muito as coisas.

Hoje, se observarmos uma liturgia em qualquer igreja, encontramos: deveres e obrigações para com Deus; fé, fé, fé e mais fé; faça isso, não faça aquilo... espera um pouco. Não é mais fácil eu escolher o que eu quero? Não é mais fácil eu ter minha religiosidade, acreditar em Deus e segui-lo de acordo com as minhas próprias
crenças? É preciso seguir um livro, um padre, um código de conduta para que Deus veja minha obra na terra? Doe 10% do seu salário para Deus, ahem, igreja, né?

Sabem o que é o mais divertido e que demonstra a situação da religião hoje? 

Vou falar da igreja Católica que é a que eu conheço. Jesus Cristo foi considerado um revolucionário. Ele foi um líder sim, usando da religião para liderar seu povo. Havia uma lei do Império Romano, mas havia a religião cristã. Era uma subcultura. Antes daquilo, se observarmos o velho testamento, era contato direto
com Deus e Deus era um cara terrível! Ele nem precisava mandar matar, ele simplesmente mandava um dilúvio e dizimava a galera, se ele não estivesse feliz. Já com Jesus a religião ficou mais neoliberal... mais lulinha paz e amor... vcs entendem. Jesus instituiu uma série de regras, condutas, modo de agir, modo de pensar, e teve seu mérito: ele criou o senso de ajuda mútua entre os participantes de uma mesma religião! Ele fez uma comunidade! Ele fez uma comunidade de orkut antigo usando uma crença religiosa!!! Olhem as semelhanças: todos se sentiam amparados por Deus! Os membros da comunidade trocavam informações, se ajudavam mutuamente!

Aí que vem, sob o meu ponto de vista, o pulo do gato. Hoje a religião não é mais necessária para nos identificarmos com um grupo de pessoas. Hoje temos tribos temos nossas próprias comunidades, que tem seu próprio código de conduta, sua própria sub-cultura sob o sistema legal do país. A única diferença é que as tribos amaparam pessoas semelhantes, mas não promovem a salvação eterna! Então, pra que serve a religião? Vc se vê obrigado a frequentar uma igreja e seguir determinadas regras extremamente retrógradas em alguns casos, de uma comunidade inventada há 2.000 anos atrás pra pra conseguir aliviar sua ansiedade em relação a eternidade. Se todas as tribos hoje tivessem seu Deus particular, haveria necessidade de cultos, dízimos, regras sobre sexo só depois do casamento?

Depois vem um e me diz: po, mas a Igreja ajuda os pobres, faz boas ações. É, assim como ONGs, aliás, as ONGs são mto mais eficientes nisso. Elas são profissionais a profissão de padres é vender fé, esperança, conforto. Observem que está longe do propósito inicial da religião: oferecer explicações para o inexplicável.

Então pensem: pra que serve a religião? Como vc está vivendo sua fé? É do tipo de religião existente que nós precisamos mesmo? É seguindo as regras aprendidas numa missa que vamos alcançar a felicidade eterna? Não estou propondo uma revolução, na verdade a igreja já está sofrendo (como descrito acima) com sua incapacidade de adaptar-se a uma nova realidade. Estou propondo auto-conhecimento, ainda somos indivíduos, ainda precisamos de apoio e das comunidades, e ainda precisamos de fé. Mas todos temos o direito de escolher o que queremos, e o dever de pensarmos coletivamente sobre o futuro.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O que é religião? - Parte II

Pois bem, quase um ano depois segue o texto:

Acontece que com o desenvolvimento da sociedade, a religião se misturou com a figura dos líderes, dos mais velhos e assim por diante, talvez por vários motivos: falta de gente, conveniência do líder do grupo, falta de conhecimento sobre a própria organização social, etc.

Agora vamos fazer aquele exercício de imaginação: imagine vc sendo responsável tanto pela coordenação do grupo de indivíduos (lembrem-se que ainda não evoluímos muito além dos 20.000 Ac ao qual me referi no texto anterior). Você, além de ter que descobrir novas fontes de alimentos, se comunicar com tribos vizinhas, organizar as coisas no seu próprio grupo, vc ainda tem o papel de conduzir espiritualmente o grupo. Qualquer pessoa que já liderou um grupo sabe o tanto que pode ser difícil conquistar a confiança de todos, conquistar o respeito de todos, conseguir deixar todos minimamente satisfeitos com as decisões que tomou. Só que aí acontece uma coisa interessante: do líder, muitas vezes as pessoas não têm medo, nem respeito, nem nada... mas de Deus! Ahhhh Deus é foda! Diz pra alguém que Deus está vendo, e que sua alma será amaldiçoada! Resultado: se você for o líder, e alguém te questionar? Qual é o caminho mais fácil? Convencer a pessoa... ou apelar pra Deus?

Precisamente aí teremos talvez o ponto em que a religião deixa de ter um objetivo de responder às dúvidas mais básicas da existência humana e passamos a usá-la como meio de manipulação de massas.

E lá foi a humanidade, as famílias passaram a tribos, as tribos passaram a clãs, os clãs passaram a povoados, os povoados passaram a povos, os povos tornaram-se civilizações. E de repente, vc tem milhares e milhares de escravos trabalhando para a construção de uma pirâmide a título de que?! Será que os escravos estavam
totalmente comprometidos com a idéia de que os Deuses demandavam as pirâmides? Será que os próprios sacerdotes acreditavam indiscutivelmente que as pirâmides deveriam ser feitas para melhorar o "relacionamento" dos homens com os Deuses? Ou será que as pirâmides foram construídas somente a título de fazer com que o líder da sociedade tivesse uma entrada mais "tranquila" no reino dos mortos?

Daí para frente o mundo nunca mais foi o mesmo: a religião passa a integrar a política e a economia, isso porque ninguém vendia santinhos entalhados em madeira nessa época!

Não que a religião tenha se tornado tão subversiva que desde aquela época o mundo vai de mal a pior por causa dela. Pelo contrário: a religião deu início às discussões filosóficas na grécia antiga. Os primeiros textos filosóficos são debates sobre as forças da natureza, que envolviam também o conhecimento das
capacidades dos deuses. Mas, se fosse só isso seria ótimo, né? O problema é que o ser humano tem um péssimo hábito de não gostar de vizinhos cujos costumes sejam diferentes dos seus, muito menos de vizinhos que prosperem mais rapidamente e possam ameaçar invadir sua casa... A essa altura já haviam diversos povos e civilizações, bem como diversas religiões. E, como dito acima, o líder vai usar de todo o poder de convencimento dele para provar que a direção que ele decidiu para o seu povo é a melhor, inclusive usando da religião. Aliás, se vocês não quiserem lutar por mim ou pelo povo, lutem por Deus! Que tal esse argumento?

O mais impressionante é que se passaram mais de 20.000 anos e ainda não percebemos que a religião é sim algo interessante e que nos traz alívio e conforto, mas o custo que a própria humanidade pagou para sustentar as suas crenças religiosas foi altíssimo, e este custo está longe de terminar. Porque ainda hoje travamos guerras religiosas, ainda estamos sujeitos ao lado "manipulativo" das religiões em todo mundo.

Será que somos realmente livres? Existe liberdade?

No próximo texto entrarei no assunto mais espinhoso de todos: como a religião se funde com nosso dia-a-dia e as armadilhas a religiosas a que provavelmente estamos sujeitos.