sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Errado, certo, politicamente correto e o próximo passo

O politicamente correto é aquele que encontra um jeito de conciliar os argumentos de dois lados de uma discussão. O politicamente correto normalmente estraga tudo! Ficamos tão felizes em testar nossas habilidades argumentativas, testar nossa personalidade, nosso conhecimento a respeito das teorias mais bizarras... e no momento em que a discussão está digna de um debate político surge o politicamente correto. Ele interrompe e diz: “veja bem, na verdade, os dois estão certos...” e faz aquela explicação abrangendo os dois pontos de vista sem chegar a conclusão nenhuma sobre o que estava sendo debatido. Nessa hora todos ficam com cara de interrogação, a discussão se perde prevalescendo o bom-senso. É horrível... acho cruel quem faz isso com um debate!

Mas vejam só:

O cara que criou o certo e o errado realmente foi um gênio, mas ele deve ter emperrado o desenvolvimento da nossa espécie. Hoje nossa vida fica muito mais fácil pensando em certo e errado, o certo e errado balizam algumas decisões que nós tomamos e trabalha a favor da nossa adaptação social... ou contra, dependendo do grupo em que nós estivermos inseridos e dependendo da nossa decisão, mas tem certas práticas que parece que caminham contra a própria natureza humana!!

Pensem que antes de existir certo e errado o que existia eram nossas vontades, como se fossem uma massa disforme e que nós humanos fazíamos aquilo sentíamos necessário para a nossa sobrevivência. Ótimo, até que um dia, em uma tribo nômade pré-histórica houve falta de espaço ou falta de comida... e um humano resolveu matar o outro porque o outro estava ocupando o espaço dele e comendo o que era da família dele(não estava comendo a família dele, antes que pensem besteira). O chefe deve ter se preocupado com isso e deve ter estabelecido que isso não seria o melhor a fazer, ou que isso era proibido porque era errado, pronto, agora todo mundo ia para o chefe e perguntava o que era certo e o que era errado, afinal, como foi ele quem criou a teoria (de certo e errado), ele que cuidasse de desenvolvê-la! O chefe, cansado de falar em certo e errado deve ter ensinado algumas coisas para que cada indivíduo conseguisse julgar por si só o que era certo e errado. Aí começaram as confusões: religião, leis, tratados, padrões sociológicos, padões mentais. Sempre um querendo estar mais certo do que o outro... e quem é o juiz?! Deus - coitado! (mas isso é assunto para outro texto)

Agora imaginem nossa condição atual. São raros os casos de tribos nômades, e mesmo nas tribos nômades de hoje a quantidade de certos e errados que alguém deve aprender em pouco tempo para conseguir viver em sociedade deve ser enorme! Mas nós usamos internet, temos várias religiões, somos de várias classes sociais, várias cores, de diferentes tamanhos, pesos, narizes, nível educacional, usamos roupas diferentes etc. Resumir tudo a várias decisões binárias entre certo e errado é de arruinar a capacidade de ação de um idivíduo! Imaginem se fosse possível escolher nascer ou não nascer:

Chega um cara barbudo e diz: "Bom, pra começar, você vai ter que decorar o nome dos seus pais, e familiares, você vai ter que ser capaz de se adaptar, mas cuidado, os seres humanos são mto sensíveis... se bem que alguns não tão sensíveis..."Você diz: "Mas como posso saber como eu me adapto, e como trato as pessoas diferentes de formas diferentes?"Barbudo: "É só decorar essa lista de certos e errados ao longo da sua vida" - e abre uma porta levando a uma biblioteca com mais de 120.000 exemplares de livros tratando todos sobre certos e errados, diferenciados por religião, credo, raça, classe social, país etc.Você diz: "Obrigado, mas não quero mais nascer."

O politicamente correto já percebeu que temos que evoluir!

Assuntos como religião, futebol, política, sexo, relacionamento, nada disso tem certo e errado, e todo mundo sabe! O mais impressionante é que continuamos a buscar o certo e o errado para cada coisa dessas. Fazemos juízo de valor para cada opinião emitida: um diz que não gosta de uma música, o outro cai matando em cima; um diz que está certo o cara que não dá esmolas, o outro diz que relogiosamente, não dar esmolas é um absurdo!
Tudo bem que o tempo é curto pra ficar discutindo todas as cores entre o branco e preto do certo e errado sobre dar ou não esmolas. Mas esses debates, não devem passar despercebidos! E mais: toda vez que se entra em um debate desses, cada um fala sobre um lado da moeda, acha lindo arrumar argumentos que defendam sua própria teoria. E ambos saem cada um para a sua vida sem ter agregado nada para si mesmo! Tudo se resume a vencer ou perder o debate.

Talvez o politicamente correto pense: A Babilônia existe! Onde está a evolução nisso?! Quem aprendeu mais sobre dar esmolas?! Em que essa discussão vai agregar o ensino que esses caras vão dar para os filhos deles?! Onde está o bendito-maldito inventor do certo e errado?! Ele não previu que isso iria acontecer, coitado! E o politicamente correto põe um fim na história... um fim trágico! Sem concluir absolutamente nada! Ele fala sobre o meio certo e o meio errado, mas não fala o que é uma situação meio certa!!!

Ao que parece, o politicamente correto percebeu o problema e errou na solução. Não é que não falamos a mesma língua, é que simplesmente ignoramos a idéia dos outros e tentamos colocar a nossa idéia em cima sem discutir que a conclusão entre os dois pode existir! Ele ajudou a parar a discussão, mas ele não concluiu nada! É como se ele dissesse assim: quem acha que deve dar esmolas, tem que dar esmolas, e quem acha que não deve dar esmolas, não dê esmolas! Afinal, não tem problema, o mundo continua a girar, o fato de cortarmos totalmente as esmolas ou darmos sempre esmolas não vai mudar muito o quadro social! E...?! Ajudou alguma coisa?!
Como próximo passo para a evolução eu proponho que além de discutir sobre os valores e motivos para um certo e um errado, branco e preto, comecemos a discutir a decisão cinza entre o certo e errado. Porque agora nós temos informações e condições para isso.

Minha conclusão sobre dar esmolas: eu proponho que alteremos o valor das esmolas. Muita gente dá esmolas de 1 real e isso inflaciona demais o mercado, levando a pessoas que teriam condições de trabalhar a pedir esmolas. Devemos dar esmolas de no máximo 25 centavos, assim desestimula a malandragem e garante uma subsistência a quem realmente precisa.

sábado, 5 de janeiro de 2008

O texto sobre preconceito

O preconceito é errado. Concordo. E esse errado de preconceito é um errado enorme, sinônimo de vergonha! Claro! Imagine alguém se contorcendo para ficar longe de você dentro de um elevador porque você tem aids? Que vergonha para a pessoa que faz isso! Imagine você entrando em um restaurante e sendo mandado embora por um garoçom porque você é negro?

Bom, mas o que me dizem das seguintes situações:

Situação 1: Eu não tenho celular... mas eu detesto ouvir celulares tocando no ambiente de trabalho, na sala de aulas e no cinema. Eu sou preconceituoso com os que têm celular?!

Situação 2: Eu uso desodorante, e acho horrível tomar um ônibus em que ao adentrá-lo me depare com pessoas que exalem aquele cheiro de sovaco suado (será que é essa a orígem da palavra CC... e o cara que bolou o termo em vez de SS colou CC?!) Mas só pq eu detesto o cheiro eu sou preconceituoso com quem não usa desodorante, ou preconceituoso com quem não tem condições de usar desodorante?!

Pra que tudo isso?! Tem muito pela frente ainda...

Porque dizem que é errado ter preconceito. Então... qualquer pessoa que esteja sendo preconceituosa é errada, certo?! E passando por algumas listas de discussão, muitas pessoas apaixonadas pela discussão simplesmente fecham o espaço dizendo: "Não vou mais discutir porque você está sendo preconceituoso". Vejam o caso:

A discussão em pauta era sobre os cuidados que uma mulher devia ter ao se vestir para não parecer vulgar.
Eu disse que realmente é necessário tomar cuidado, pois dependendo do modo como se vestem, podem passar a impressão errada, por exemplo, usar um piercing no nariz em uma reunião social. No momento seguinte havia alguém dizendo que isso é coisa de gente retrógrada. Certo, concordo. Mas tem muitas pessoas que ainda vêem vulgaridade em um piercing no nariz, então, em uma reunião social, por via das dúvidas, é melhor não usar o piercing!
Não houve contra-argumento. A resposta foi a seguinte: se você tem preconceito contra quem usa piercing no nariz, problema seu, eu vou usar e pronto! Ou seja, eu estava totalmente errado, não porque eu usei um exemplo infeliz (e até concordo que possa ter sido um exemplo infeliz), mas porque eu estava sendo preconceituoso e fim de discussão.

Tudo até agora foi ilustrativo, bem popzinho... (pra não dizer que eu não estou sendo coerente com as postagens)

O pior de tudo não é ter sido cortado no meio da argumentação. O pior de tudo é que um dia, alguém aprendeu algumas coisas sobre preconceito e está usando ao seu favor da forma como quer! Imaginem uma pessoa dessas argumentando contra o aborto? "A mulher que aborta tem preconceito contra os próprios filhos!!!!"

Eu fico imaginando como uma pessoa dessas interpreta um debate político! Epa! Estou sendo preconceituoso!!! É errado? Eu mereço ser preso por causa disso?
Porque é natural que julguemos as pessoas antes de conhecê-las. É natural que queiramos tirar nossas próprias conclusões sobre tudo. Nós aprendemos dessa forma! Nós só sabemos tudo o que sabemos porque o nosso cérebro é capaz de reconhecer padrões! Isso garantiu a evolução da espécie! Agora eu sou impedido de tirar minhas próprias conclusões e evoluir porque eu sou preconceituoso!?!

Pra complicar o assunto de uma vez, algum um espertinho diz: "Mas pré-conceito é diferente de preconceito... e isso que você está falando é de pré-conceito, e isso é socialmente tolerado"!

Vocês conseguem, só mais umas 100 linhas vai...

Pré-conceito:

Situação de trabalho (trabalho com RH): chega um rapaz para fazer entrevista para emprego em um banco de investimentos. O rapaz chega de bermuda e camiseta regata. Sério, eu dou treinamento em entrevistas. Como vocês querem que eu explique para o diretor do banco de investimentos que ele não deve julgar o rapaz pela aparência?!

Todos nós temos pré-conceitos... e tentar tirar isso da nossa cabeça é igual tentar arrancar a condição humana existente na nossa alma!!!!

O pré-conceito permite que nos preparemos para uma interação com qualquer pessoa. Ele não deve agredir ninguém, ele não deve prejudicar ninguém. Tudo isso muda quando conhecemos a pessoa. Por isso somos amigos de tatuados, homossexuais, punks, carecas, negros, albinos, amarelos, etc... o pré-conceito só vira preconceito quando alguém faz uma cruzada para transformar o pré-conceito de outros em um jogo de certo e errado. Enquanto essa consciência não é gerada, eu me dou o direito de ser pré-conceituoso e deixar que as pessoas me surpreendam, deixar que as pessoas me cativem, me conquistem, me mudem!

E o preconceito?! Continua errado! Só que pelo que eu estou entendendo não estamos preparados para discutir em termos de preconceito, não enquanto o entendimento sobre isso não fica claro para todos!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Strip POP do Blog

Inacreditável como nós conseguimos ser redundantes mesmo com tantos acontecimentos sendo compartilhados ao mesmo tempo por uma rede inteira de internet. Mas... já que estou sendo compelido a ser redundante, vou explicar a redundância.

Comecaria meu blog escrevendo sobre preconceito. O problema todo é que ninguém se interessaria por uma opinião formada de um leigo em sociologia, filosofia, história e pior, sem ter pesquisado nada sobre o asunto. Então, conversando com uma amiga blogueira (http://eugostodeumacoisaerrada.wordpress.com/), eu percebi que de alguma forma eu precisaria chamar a atenção para o meu blog, e que a única maneira de fazer as pessoas prestarem atenção seria escrevendo sobre coisas comuns, e fazendo um link entre essas coisas comuns (filmes, músicas, notícias etc), e a mensagem crítica, social, moral, entre outras. Ótimo, porque esse link, para quem tem o mínimo de cultura não é muito difícil de fazer.
No meio desse pensamento eu acho que finalmente percebi a importância que o POP exerce sobre a nossa vida.


Detesto tudo o que é POP, afinal, ser comum, é o mesmo que ser ordinário, é passar despercebido, é assinar TV a cabo e assistir só a Globo... quer coisa mais deprimente que isso?! Pra mim, POP é sinônimo de falta de opinião e falta de curiosidade, e quem não tem um desses dois, sofre na vida. Só que... ninguém te escuta se vc não é POP! Triste demais! Quer ver só?! Tem filmes que são ótimos que deveriam ser obrigatórios: Dogville, Laranja Mecânica, Meninos Não Choram etc. Nenhum é POP... pouca gente viu, muita gente que viu não gostou... São demorados, parados, difíceis de entender... não são POP. Agora, alguém já parou pra pensar quanto assunto Globo Reporter repete?! A Globo não é boba, se não fosse POP ela não faria o programa sobre determinado assunto, afinal, o negócio dela é atingir a massa! No primeiro caso, ninguém dá mta importância, mas no segundo caso, todo mundo sabe direitinho do que eu estou falando!

POP escraviza: eu sou obrigado a ver todas as notícias sobre o Big Brother Brasil, e mesmo detestando e mesmo sem querer, ao final do programa eu sei quem ganhou, e o que o sujeito fez pra ganhar. Eu sou obrigado a aguentar o discurso do Bono Vox em cada CD ruim de música q ele faz.... e mesmo não querendo ouvir eu acho q conheço umas 3 músicas de cor deles!!!!!!! Pena q a memória não é seletiva!!!!

POP tira a personalidade: As emissoras de TV brigam por um espaço cada vez mais baixo, popular e ignorante, com programas cada vez piores (e ainda dizem que a solução para o Brasil é a educação(!), mas isso é assunto para outro dia).

POP sexualiza: não que sexo seja ruim, mas nem vou comentar...

Dito isso, acho que eu tornei meu blog POP o suficiente, pq eu falei de um assunto ridículo, sem causa nenhuma, para a diversão das pessoas, com uma maquiagem informativa.

Bom, e para terminar de redundar o que é redundante (e o redudande eu faço questão de grifar que é o POP) é necessário dizer que eu sinto a falta de escrever o meio-termo, e admitir finalmente, que existe um pedaço do POP que é útil, mas que é cada vez mais raro: Tropa de Elite, Cidade de Deus, Jornal Nacional (por incrível que pareça eu acho esse negócio útil), só para dar alguns exemplos informativos e de diversão como Indiana Jones e Madona. E eu suspeito que esse tipo de POP é cada vez mais raro porque dá trabalho fazer! É preciso estudar muito, é preciso pensar e trabalhar duro, mesmo que seja exclusivamente para diversão. É muito mais fácil fazer um funk ou um livro de auto-ajuda do que uma múscia com melodias e um romance que ainda seja divertido. E mesmo odiando POP, faço parte dele, quero fazer parte dele, mas não quero que ele me escravize.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Para começar...

A idéia toda é evoluir e influenciar a evolução, sem complexidade e sem academicismo.

Para isso espero criar algumas generalizações sobre assuntos polêmicos.

Como é meu, faço a partir do que eu sinto, penso, leio, conheço... se possível tentarei ser racional.

IMPORTANTE:

- Não pretendo ser imparcial.
- Não pretendo fiolosofar profissionalmente.
- Não pretendo ser inflexível sobre o que eu escrevo.
- Não pretendo estar certo sobre tudo o que eu escrevo.

FINALMENTE:

Aproveitem o que puderem!