quarta-feira, 6 de abril de 2011

Estatização

Pessoal, isso é muito sério, pode parecer teoria da conspiração, eu sei, mas aparentemente estamos sendo estatizados.

É provado que a administração pública de empresas é ruim, tanto no que tange tanto a gestão de recursos públicos quanto a competitividade.

O governo do PT vem interferindo na administração de várias empresas de capital misto e agora deu o primeiro passo para interferir em empresas de capital privado, isso aponta na direção de uma estatização de grandes empresas aqui no Brasil.

Segundo minha contagem, que é realmente precária, admito, nós temos.

Petrobras: tudo bem que a gigante do petróleo é uma empresa de capital misto estratégica, blablablá, com maior participação do governo (hoje de 54% segundo o site da empresa). Mas a Petrobras é ok, houve até uma tentativa, bem vagabunda, do governo, de tentar aumentar a competição da Petrobras (que hoje é um monopólio), com a possibilidade de exploração dos poços de petróleo do pré-sal por outras concorrentes. Mas eu não vi mais notícia nenhuma de que essa concorrência foi pra frente.

Embraer: pelo que eu me lembro, a Embraer foi a primeira empresa que sofreu ataque da "mão do governo" durante o governo Lula, após o anúncio de demissão de uma penca de funcionários por conta da crise mundial. 51% das ações da Embraer são comercializadas na bolsa de Nova York (NYSE), ou seja é uma empresa privada. Lula veio apelar para que as demissões não fossem realizadas, de modo que a empresa corretamente se negou a fazer, além disso a justificativa do presidente foi clara e simples: se eu deixar de demitir e a empresa falir, não serão apenas estes funcionários que serão demitidos, mas toda a empresa. Além disso, para quem não sabe, demitir funcionários sem justa causa no Brasil envolve um custo altíssimo para a empresa e muito dinheiro e garantias aos funcionários demitidos.  Felizmente a Embraer resistiu à "mão do governo".

Vale: até esse ano as coisas iam muito bem para a Vale: preço do ferro subindo por conta da demanda chinesa, uma nova marca, expansões internacionais... até que... o governo, que possui apenas 5% de participação na empresa resolveu, não entendi o porquê até agora, mudar o gestor da empresa. Eu gostaria de saber como um acionista que detém apenas 5% do capital da empresa muda a administração de uma empresa. Além disso, se o presidente não tivesse entregado resultados, mas não foi isso que ocorreu. Qual o interesse do governo? O que muda para o governo? A Vale não tem a mesma importância estratégica que a Petrobras, apesar de ser uma empresa de peso (peso de ferro, hehehe).

Etanol: hoje fiquei ouvi que a Dilma mudará a regulação do etanol. Novamente: qual é o interesse do governo nisso? O mercado de etanol é novo, foi assinalado como o combustivel do futuro por muitos pesquisadores, sendo que o modelo brasileiro é o mais produtivo e mais sustentável. O governo Lula tentou sem sucesso abrir as portas da venda do etanol brasileiro para o mercado americano, e agora temos uma alta no preço do combustível porque a produção das usinas está voltada para a produção de açúcar. Fazer o que se o Brasil é o maior produtor de ambos: etanol e açúcar? Investir mais! Produzir mais, até que os preços estejam regulados por uma economia de mercado, que seja forte. Até que os grupos brasileiros abram suas usinas no exterior para a produção e distribuição local. Mas a Dilma quer regular o etanol. Ok, o que o Brasil ganha com isso?

Vantagem:
- provavelmente preços internos melhores

Desvantagens:
- enfraquecimento do poder econômico das empresas, porque serão regulados, então não poderão vender o etanol ao preço que quiserem, se não vendem ao preço que quiserem, terão menos lucro, se terão menos lucro, terão menos possibilidade de investir, se não puderem investir, teremos 2 problemas:
    1 - A tão sonhada internacionalização do etanol brasileiro fica prejudicada. Porque o governo não abriu porta nenhuma para isso (não ajudou absolutamente nada). As empresas que estão conseguindo isso como a Cosan, por exemplo, estão fazendo isso na raça, com dinheiro próprio.
   2 - Sem dinheiro e sem expansões, não haverá abertura de vagas de trabalho. A tão sonhada e defendida geração de emprego pelo próprio PT. Juro que eu acho o PT o partido mais incoerente do mundo: como é que eles podem optar por uma decisão dessas, contra os trabalhadores?!
- Diminuição da competitividade externa das empresas, ou seja, uma empresa que poderia exportar mais, e mesmo sem distribuição local alcançar um mercado longinquo como a Ásia, deixará de alcançar, porque os preços estarão mais caros. O etanol tem 2 vantagens: ser limpo, e ser barato; e uma grande desvantagem: não é econômico. Todos nós, brasileiros acostumados com os carros bi-combustível, sabemos que se tivermos o etanol a partir de determinado valor, compensa abastecer na base da gasolina. Imagina o que os países no exterior farão?! Ninguém nunca mais vai comprar etanol de cana de açúcar! Eu não sei como o governo não consegue pensar nisso....
- Fechar as portas para a internacionalização do etanol de cana-de-açucar. Parece que o governo da Dilma considera o preço pago pelo consumidor brasileiro algo estratégico para o Brasil, quando na verdade, o que é estratégico para o Brasil é a tecnologia da produção e o know how de cultivo da cana-de-açucar. Se começarmos a cobrar o etanol muito caro, logo logo haverá países desenvolvidos (como os EUA por exemplo, que deveriam ser o maior alvo para exportação do combustível pelo Brasil) investirão cada vez mais em novas tecnologias... provavelmente o Brasil ficará para trás

Há outros pontos, mas esses 3 já está bom. A verdade é, só porque a Dilma está pagando mais caro no etanol do carro flex dela ela quer detonar a indústria sucroalcooleira no Brasil! Isso não é mentalidade de partido político que governa para o Brasil. Não tem um planejamento! Não tem fundamento, não tem porcaria nenhuma.

É ridículo.

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